2005/11/25

Com Um Ano de Atraso!

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Recentemente tem-se ouvido falar muito dos aviões, fretados pela CIA, usados para transportar cidadãos, aleatoriamente escolhidos, que a CIA decide torturar, maltratar de forma prepotente e arbitrária, com o objectivo de os “transformar” em TERRORISTAS.
Esta história é antiga, tem pelo menos um ano, e já nessa altura as denúncias encontraram eco na blogoesfera, tendo sido tema, inclusive, do Programa “60 minutos”…
Também neste blog o assunto foi referido várias vezes…
É claro que os aeroportos portugueses foram utilizados. A “Humans Rights Watch” (finalmente acordaram) identifica três escalas, destes aviões, no aeroporto Sá Carneiro. Os aeroportos nacionais foram utilizados e, a julgar pelas declarações dos nossos governantes, com o conhecimento e consentimento de todos eles… Gente abjecta!
Achei curiosas as declarações de Mário Soares, a propósito deste assunto:
Ele acha que está “preso” a uma candidatura presidencial e, por isso, diz: - “não nos devemos precipitar”…
Todavia, se estivesse “livre” até era capaz de escrever uns artigos sobre o assunto… Se for verdade é muito grave, diz.
“Se for verdade”, porque, depois de tantos factos conhecidos, de tantas denúncias durante tanto tempo e de tantas evidências, ele não sabe se será verdade. A “verdade” dele é, sempre, outra…
Eu bem vos disse que ele só participou nas “manifestações anti guerra” porque não estava no poder. Se estivesse teria feito exactamente o mesmo que Durão Barroso… É por estas e por outras que este indivíduo sempre me meteu nojo!
O que é a vontade e os sentimentos da população portuguesa não interessa nada. As manifestações anti guerra? São só folclore, que não deve ter quaisquer consequências, no entender desta escumalha …
Quanto a Cavaco Silva, certamente que não se lhe ouvirá uma palavra de repúdio, como é natural (da sua natureza), porque para esse, o que pensa a população portuguesa não interessa, nem nisto nem em qualquer outro assunto…
De Sampaio nem vale a pena falar. Esse acha que “estamos bem onde estamos”: subjugados, pelas mãos dos nossos políticos, traidores, a servir de capacho aos americanos, sem direito a opinião própria, autónoma, como se não fôssemos um país independente… Grande contribuição para a auto estima do País... que não é tratado como País, nem pelos seus próprios governantes.

2005/10/10

Autárquicas 2005 (de 09/10). Resultados!

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É incrível como todos nós nos tornamos previsíveis! Este era, certamente, o artigo que todos esperavam encontrar aqui, hoje. Esteve quase a não ser possível, por falta de tempo.
Sim porque vocês compreendem: refazer as contas todas, distrito a distrito, e depois, especificamente para alguns Concelhos, não é tarefa fácil. Gosto de fundamentar o que digo e, por isso, com o esforço de toda a manhã, aí têm os resultados.
Os dados foram recolhidos no site da RTP e os valores verificados já depois das 15 horas de hoje.
Vejamos, então, o que nos dizem os resultados eleitorais, expurgados da vigarice!
Umas coisas interessantes:
No conjunto do distritos do Continente (excluindo as Ilhas),
o PS (partido mais votado), obtém 21,85% dos votos;
o PSD obtém 16,53% (mais 4,32% em coligações com outros partidos). Total: 20,85%
a CDU obtém 6,9%
o BE obtém 1,83% (com uma excelente ajuda de Sá Fernandes, em Lisboa, onde obteve a sua segunda melhor percentagem. A melhor foi em Setúbal).
O CDS obtém 1,85%
A abstenção (incluindo nulos e brancos: votos não expressos) situa-se nos 44,84%. Continua a ser, de longe, a opção maioritária, ultrapassando a soma das percentagens dos chamados “partidos de governo”: PS+PSD+CDS que, em conjunto, obtêm 44,55% dos votos.
Se os partidos tivessem um pingo de vergonha, tivessem noção de limite, ou percebessem que, a continuar assim, “um dia a casa cai” (em cima deles), teriam aqui um sério motivo para se preocuparem e inverterem o caminho que têm escolhido. Infelizmente a soberba e a cegueira é tanta (juntamente com a cretinice e a presunção) que só quando ficarem debaixo dos seus próprios escombros é que acordarão. Esta gente perdeu toda a noção de limite.

Se já tivesse sido valorada a abstenção (E tivesse sido eleito um governador para cada distrito), o que se manteria por mais tempo, seria o de Bragança, do PSD, com 33,68% dos votos, seguido do da Guarda, do PS, com 32,13% dos votos. Mesmos estes, permaneceriam nos lugares cerca de 15 meses, até terem que ser ratificados, pela população, com a obrigatoriedade de obterem mais de 50% dos votos positivos, porque é para isso que servem os cargos do poder.

Vejamos o que se passa com os Independentes.
Foi grande surpresa, para mim, verificar que concorreram independentes em 25 Concelhos do País. Conquistando, ou reconquistando algumas Câmaras. Surpreendente é o facto de, nestas 25 candidaturas, a 14 delas terem sido atribuídas percentagens de votos oficiais acima dos 20%. A dispersão das percentagens vão desde pouco mais de 1,5% em 3 Concelhos, até 36% (percentagens reais, não as oficiais) em Gondomar e Felgueiras.
Mas há outras Câmaras que estão nas mãos de Independentes já há algum tempo, que foram reconquistadas por independentes.
Merecem particular destaque, pela expressividade das respectivas votações, os casos de:
Alvito, com 25,52%; Campo Maior, com 27,19%; Alcanena, com 26,35%; Belmonte, com 28,25%; Sabrosa, com 24,47%; Penedono, com 22,31%, Arouca, com 16,65%; Alter do Chão, com 14,88%; Nazaré, com 13,88% e Tomar, com 12,69%.
Omiti, de propósito, todos os casos badalados, porque acho que estes também merecem destaque e nunca o tiveram. Até porque, estas percentagens de apoios fazem inveja à generalidade das forças políticas.
Em média, o conjunto dos independentes obtém um apoio da ordem dos 17%, só ultrapassado pelos dois maiores partidos…
Sendo certo que este apoio é conseguido à custa dos partidos, visto que a abstenção continua a ser, de longe, a opção maioritária…

É nas causas, profundas, deste comportamento do eleitorado; é no descontentamento para com a acção dos partidos e dos políticos assim evidenciada; é na ausência de credibilidade e de idoneidade dos políticos que está a explicação para as vitórias de alguns candidatos, que muitos consideram inexplicável (porque pretendem apagar, pela vigarice, a verdade dos números que os condenam; são cegos, por opção), atribuindo estas vitórias à falta de honestidade dos próprios eleitores, quando afinal isto evidencia a ausência de alternativas credíveis, de lideres reconhecidos pelas populações…

Ah! Isaltino ganhou com 19,18% dos votos…
Só Valentim (mercê do apoio e cumplicidade do próprio governo, que lhe mantém todos os tachos); e Fátima Felgueiras (mercê do ódio conquistado pelos partidos, e do descrédito do sistema judicial, envolvido em todo o tipo de conspirações e cumplicidades com a alta criminalidade), obtiveram votações expressivas, acima dos 36%, mas muito semelhantes em ambos os casos: Valentim teve 36,73% dos votos e Fátima Felgueiras teve 36,19%.
Isto porque a abstenção, em Gondomar, foi superior a 36%, enquanto que, em Felgueiras, foi inferior a 23%.
Feitas estas considerações, reposta a verdade dos factos e dos números, impõe-se reafirmar a absoluta necessidade e oportunidade de lutar pela valoração da abstenção, com todas as suas consequências, como forma de obstar à continuação da impunidade dos crimes praticados pelos políticos, como forma de cercar e responsabilizar as falhas dos políticos (que não merecem os votos dos populares); como forma de obrigar os políticos (estes ou outros quaisquer) a irem atrás das soluções, a implementarem as soluções para os nossos problemas, porque as soluções existem, mas quem detém o poder é que tem de as procurar e de as implementar. Estes políticos (e, se não nos precavermos, outros quaisquer que lhes sucedam) nunca se darão à maçada de fazerem o que devem fazer, se não forem obrigados pela pressão, intransigente, dos cidadãos, pela exigência de respeito para com todos e cada um dos cidadãos.

Estes direitos, que têm sido espezinhados e ignorados pelos políticos, são nossos. Se não lutarmos por eles, se não os exigirmos intransigentemente, nunca os veremos reconhecidos. Porque haveriam os políticos de se preocupar com isso, se até é prejudicial para eles? Se ganham tão bem e têm tantas mordomias sem se esforçarem nada, com a actual situação, mesmo que as pessoas não votem? Se votarem, submetendo-se à manipulação e abdicando da opinião própria, ainda é pior…

2005/09/12

Sondagens e Embustes!

Publicado também em Editorial
O que pretendo denunciar, aqui, é o papel das "sondagens" no embuste em que se estão a transformar as candidaturas à presidência da república.
Para forçar Cavaco a se candidatar (e assim monopolizar as probabilidades relativamente aos candidatos), as máfias que governam o país, publicaram uma sondagem.
Segundo as "parangonas", os portugueses querem Cavaco, que obtem uma percentagem de 48% de intenções de voto, seguido de Soares, com 32%, Jerónimo com 12% e Louçã com8%.
Suponho que todos eles ficam "muito felizes". Nós é que continuamos desesperados!
Entretanto, perante estes resultados, Jerónimo já disse claramente que ajudará a eleger Soares, à segunda volta (e Louçã lá chegará).
Nós é que continuamos desesperados e sem solução!
Mas, perante os números do inquérito publicados no post anterior (em Sociocracia), não se compreendem os resultados desta sondagem... Até porque seria a primeira vez que se elegeria um candidato da direita (facto que é absolutamente contra-natura, em Portugal).
Pois é! Só que, no inquérito publicado naquele post, a abstenção é inferior a 2%, enquanto que, nesta sondagem, a abstenção é superior a 45%.
Deste facto resulta que, em opção livre, Cavaco terá apenas 26,5% dos votos... portanto inferior à votação obtida pelo actual governo que, como sabem, foi de 29,3%.
Ora, uma maioria “fabricada” a partir de 26,5% de intenções de voto, é obra… de muitas vigarices; a exigir uma montanha de vigarices (e de não se sabe o que mais?)!
Em opção livre, as intenções de voto em Soares descem para 17,6%; em Jerónimo, para 6,6% e em Louça, para 4,4%...
Mas “eles” preferem ficar, todos, “orgulhosamente sós” a empenharem-se numa solução para o país, com o país…
Vocês desculpem-me a insistência mas, ao contrário de TNT, eu sou capaz (e tenho determinação para) repetir as coisas as vezes que forem necessárias are que se tornem perceptíveis, q.b.
Vocês desculpem-me a insistência, mas eu acho que, quando as pessoas perceberem, bem, que não é possível governar um país, correctamente, dignamente, democraticamente, com um tão reduzido apoio da população.
Quando as pessoas perceberem bem que, esse reduzido apoio é culpa e “mérito”, e opção, dos políticos, aliás confirmado, todos os dias, pela desastrosa situação que vivemos, que não tem razão de ser.
Quando as pessoas perceberem bem que é exactamente isto que tem de mudar para que os nossos problema possam ser resolvidos.
Quando as pessoas perceberem bem como é que tudo isto é possível; isto é: quais as ideias absurdas (que são repetidas pelos OCS), que permitem tal; e quais as ideias e propostas, que podem alterar este estado de coisas, possíveis de mobilizar os cidadãos, que são censuradas, de forma arrivista, pelos OCS.
Quando as pessoas perceberem que as mudanças só se fazem mobilizando a população e que só é possível mobilizar a população para acções concretas, de eficiência evidente.
Quando as pessoas perceberem isto tudo, e também o papel, insubstituível, que compete a cada um, para tudo isto, então a resolução dos nossos problemas estará próxima e aparecerão as vias (as propostas de acções) para lá chegar.
Mas enquanto cada um se barricar no papel absoluto (e absurdo) das “mudanças” individuais, de culpabilizar “os outros” e a “natureza humana”, (como convém aos abutres e como é propagandeado pelos abutres, para perpetuarem o seu poder, dividindo para reinar), nada feito…

2005/08/24

Incêndios, Destruição Terrorista!

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Mais uma vez (e quantas mais se justificarem), repito que os principais responsáveis deste flagelo, desta situação infame e vergonhosa, deste autêntico terrorismo, são o governo, os deputados, todos os políticos e também os responsáveis dos meios de coordenação dos bombeiros, para além das instituições da justiça que não actuam como devem.
Todos falham, propositadamente!
A situação atingiu características de calamidade (promovida, provocada, induzida, incentivada por todos os responsáveis deste país) neste fim-de-semana.
Lembro que, há dias, o ministro da administração interna, reuniu com a coordenação nacional do combate aos incêndios, elogiou a “eficiência”, e disse que não lhe foram pedidos mais meios, que os meios chegavam… Isto enquanto o país continuava a arder… sem que alguém apague o que quer que seja, com todos a assistir, a “deixar arder” como sempre acontece.
Depois veio o Primeiro ministro, com o mesmo tipo de conversa.
Relembro que, desde o início; ou melhor: desde há muitos meses (mais de um ano) tenho vindo a dizer e a escrever, que este é um problema simples de resolver, com organização, com coordenação adequada, sem que isso custe um tostão, sequer…
Relembro que, desde Maio, venho a dizer que o governo (e particularmente o primeiro ministro) nos andam a enganar, a dizer que tudo está a correr bem, que estão a fazer o que é possível, MENTINDO. Mas este primeiro ministro é mesmo assim: um mentiroso!
Muitas coisas se têm dito acerca da origem criminosa dos incêndios (de que eu não tenho a menor dúvida) e motivações que armam a mão dos incendiários. A propósito, não posso deixar de referir que, logo após o regresso do primeiro ministro, o governo “abriu os cordões à bolsa” e anunciou uma série de medidas de apoio e financiamento das pessoas e zonas atingidas pelos incêndios… E, logo a seguir, acontece este agravar inexplicável da situação… Coisa estranha, não é? Será por mero acaso?
Seja como for, nada justifica isto, a não ser o carácter de criminosos dos próprios membros do governo e não só, que acham que podem impor, à população, os seus "critérios" aberrantes e indignos.
Já aqui falei do número, sempre ridículo, de “meios” humanos, envolvidos no combate aos incêndios. Este número sempre foi inexplicavelmente reduzido, com as consequências desastrosas que se repetem todos os anos… Mas, há dois anos, lembro-me de ter sido anunciado que estavam mais de cinco mil bombeiros envolvidos no combate aos incêndios. Mesmo este número é estupidamente ridículo, mas agora são apenas cerca de dois mil…. Porquê?
Agora, neste fim-de-semana, a situação atingiu o estado de autêntica calamidade internacional(que todavia não incomoda o primeiro ministro nem os outros governantes, que aparecem sorridentes, a gozar com a nossa cara). Neste fim-de-semana, o governo pediu ajuda internacional, apenas porque se recusa a ver o óbvio, a ouvir quem sabe, a tomar as medidas adequadas. Em vez de resolver o problema, mobilizando os meios nacionais e contribuindo para resolver os nossos problemas internos, o governo pediu (e vai pagar caro) apoio internacional…. Ou seja, o próprio governo é o nosso pior inimigo, fazendo tudo para impedir a resolução dos nossos problemas.
Neste fim de semana perderam-se vidas e muito floresta, para além de casas (e do terror sentido pelas pessoas…) mas as notícias preocupam-se é com a “possibilidade” de accionar o fundo de apoio comunitário, em vez de se accionarem os meios existentes para resolver o problema, para poupar as populações a mais sofrimento e sobressaltos, para garantir a segurança das pessoas e dos seus bens.
As notícias estão preocupadas com o "apoio psicológico a bombeiros e população, como se houvesse "apoio psicológico" que possa ser eficiente, nestas circunstâncias...
Pela parte do primeiro ministro, está preocupado com “dar uma palavra de solidariedade” (às vítimas dos crimes que ele próprio protege e a quem garante impunidade) e em anunciar medidas simbólicas, que não passam disso mesmo, de simbólicas, para socorro às pessoas afectadas. Socorro que nunca chega a quem deve chegar. Ainda falta a pedinchisse, à população, que é para alguns encherem os bolsos e o governo cobrar mais impostos...
Sr. primeiro ministro, não seja cínico e criminoso! Aquilo que a população quer é que você e o seu governo façam a vossa obrigação e acabem com esse flagelo! Como podem e devem!
Hoje, em Coimbra, os incêndios atingiram mata municipal e casas dentro do perímetro urbano, tendo os bombeiros sido chamados, sem aparecerem, durante toda a noite e todo o dia… Mas o primeiro ministro continua a “elogiar a eficiência dos bombeiros” e está preocupado em apresentar justificações e “desculpas”.
Soluções é que: NADA!
Porra! Estamos fartos de desculpas de gente cretina e pérfida. O primeiro ministro insiste que, a sua obrigação é confiar em… E a população? O que pensa disso tudo? Gente maldita esta que não se cansa de ser nazi!
Agora mesmo, um elemento da população enunciava todas as nossas desgraças nacionais, as nossas "doenças" crónicas, de estimação (desemprego, seca, crise económica, etc.), juntava-lhes os incêndios e concluía: “não sei que mal fizemos a Deus, para estarmos a aturar o diabo!
Ouviu bem sr. primeiro ministro? O DIABO é o que você é (e o seu governo), para a população!
Porque os nossos problemas são fáceis de resolver, se você não fosse um mero “moço de recados” da pior cáfila de mafiosos que existe ao cimo da terra…

2005/08/22

Alterações do Sistema Eleitoral!

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No artigo “Acerca do problema do desemprego”, tentando responder a TNT, escrevi:
"Amigo TNT! Nas várias propostas de alteração do sistema eleitoral que já publiquei incluem-se, para além da valoração da abstenção, a redução do número máximo de deputados para não mais do que 150, a criação dos ciclos uninominais e de um ciclo nacional alargado, de modo a que a percentagem de deputados de cada força política seja rigorosamente igual à sua percentagem de votos e ainda uma medida que implica a renovação da classe política: que a permanência no respectivo mandato (dos presidentes, do governo e AR, dos autarcas) seja igual à percentagem de votos obtida.
Os lugares não preenchidos, da abstenção, seriam considerados "opiniões desconhecidas", devendo as decisões mais importantes e estruturantes ser referendadas, idem para todas as decisões em que a o conteúdo das "opiniões desconhecidas" pudesse ser decisivo. Como a abstenção detém a esmagadora maioria, muitas decisões teriam que ser referendadas, o que reduziria a eficiência da mentira.
Ah! Governo que mentisse, deixava de poder governar sem que se repetissem as eleições.
Também proponho que o Primeiro Ministro seja eleito directamente, assim como os governadores dos distritos e o Procurador Geral da República, devendo os candidatos, para se puderem candidatar, declarar solenemente que não pertencem a algum partido, ou a qualquer outra organização com filosofia específica e disciplina de grupo, submetida aos respectivos interesses, como é o caso da maçonaria.
Isto quer dizer que se um governo é eleito com apenas 29,3% dos votos dos eleitores, como este foi, também deve permanecer apenas durante 29,3% do tempo do respectivo mandato; ou seja: o actual governo teria de ser referendado ao fim de 15 meses, para se poder manter no cargo. E, para isso, para se manter no cargo, teria que obter a concordância de mais de 50% da população.
Se não obtivesse mais de 50%, os respectivos membros nem sequer se poderiam candidatar a qualquer cargo político, nas respectivas eleições intercalares.
Idem para os autarcas, para os deputados (totalidade da AR) para o Presidente da República...
O que já nos teria permitido resolver um problema chamado "Jorge Sampaio" e talvez nos tivesse permitido resolver a renovação dum problema chamado "Mário Soares"...
Fiz-me entender?”

Tentei escrever isto tudo, mas acontece que os comentários saem cortados. Por isso pareceu-me oportuno copiar, para aqui, um artigo que escrevi, sobre este tema, em Março deste ano; artigo a que dei alguns retoques, para o tornar mais claro e compreensível:

“Em "a Mesa do Costume", no Tema: "Que sistema Eleitoral queremos", deixei uma proposta de alteração do sistema eleitoral. Como se fala em alterar a lei, justifica-se que retome, aqui, a discussão deste tema, refazendo e aperfeiçoando a proposta:
Proposta de Sistema Eleitoral!
Propõe-se que o número máximo de Deputados seja reduzido para 150, correspondentes a 100% dos votos, no território nacional;
Propõe-se a alteração dos métodos de eleição (contas), de modo a que a percentagem de deputados de cada força política seja rigorosamente igual à respectiva percentagem de votos obtidos nas urnas;
Propõe-se a criação de um círculo uninominal por cada distrito, mais um círculo nacional, onde o número de deputados eleitos por cada força política, adicionados aos deputados eleitos por cada distrito, completaria o número correspondente à respectiva percentagem global de eleitores. As forças políticas que não elejam deputados distritais, mas que consigam uma percentagem de votos que resulte em um ou mais deputados, elegem o respectivo número de deputados pelo círculo nacional.
A eleição dos lugares de deputados correspondentes à emigração deve ser tratada separadamente, desprezando-se a influência da respectiva percentagem de abstenção, visto que estes deputados representam uma percentagem diminuta (que não deve ser alterada).
Que os deputados de cada formação política, sejam eleitos na correspondência exacta da percentagem real de votos obtidos; ou seja, a cada um por cento de votos deve corresponder um por cento de deputados, até um máximo de 150 lugares, para cem por cento dos votos, ficando vagos os lugares relativos à abstenção votos brancos, votos nulos e atribuídos aos pequenos partidos que não consigam eleger deputados, se estes não se manifestarem em contrário.
Que os lugares não ocupados, no parlamento, sejam considerados como "opiniões desconhecidas", devendo as matérias mais controversas ser decididas por referendo (que deve ser convocado sempre que as "opiniões desconhecidas" possam ser determinantes para a respectiva decisão).
Que a adequação do desempenho governativo e do parlamento sejam referendadas em cada dezoito meses de vigência dum mesmo mandato, devendo o parlamento e/ou o governo, serem destituídos se não obtiverem mais de 50% de votos positivos.
Que estas propostas de alteração sejam referendadas e decididas por toda a população."
A meu ver, alterações desta natureza só são legítimas se decididas, directamente, pelos cidadãos. Os políticos e deputados são parte interessada, pelo que não têm legitimidade democrática para decidir acerca de temas destes.
Esta proposta tem tanto direito a ser discutida publicamente e submetida a referendo como qualquer outra, visto que é diferente de todas as outras conhecidas. É uma questão de elementar (e honesta) democracia…

Portanto, amigo TNT, as minhas propostas “CONCRETAS” consistem na luta por mais e melhor democracia, que é o único sistema que nos pode salvar; que pode permitir resolver todos os nossos problemas, porque permite colocar a pessoas certas no lugar certo, ao passo que o meu amigo me parece um pouco “perdido” ideologicamente falando, em matéria de concretização de propostas.
Repare que isto é fazível, traduz-se em acções concretas, colectivas, (em que as decisões não dependem das opções políticas ou filosóficas de cada um) como devem ser as "soluções dos problemas colectivos".
Não se esqueça que as soluções existem mas, para poderem ser implementadas, os governantes e deputados é que têm de ser obrigados a "correr atrás delas" (das soluções), porque eles é que detêm o poder. Se não sabem, ou não querem, terão eles que ser corridos... Doutro modo não haverá soluções!
É claro que, quanto à criação dos mais de 300 mil postos de trabalho, em poucos meses, também tenho ideias claras de como é que isso se pode concretizar, de quais os procedimentos e medidas a adoptar para tal. Mas isso só será possível e eficiente; isto é: profícuo, havendo democracia, havendo as condições básicas para adoptar essas medidas, porque as casas não se constroem a começar pelo telhado, mas pelos alicerces, com bons alicerces…
É uma luta dura, eu sei, mas não vou desistir. A questão é saber quem quer ajudar…

2005/08/11

Ataque nuclear nos EUA feito por Cheney e CIA!


Por amável cedência de Sofocleto, que traduziu do original. Também publicado em Editorial.
Um ataque nuclear nos EUA levado a cabo por Cheney e CIA. Ver Prison Planet
10 de Agosto de 2005
"O comandante do Centro de Treino e Doutrina de Fort Monroe, o general de quatro estrelas P. Byrnes, foi despedido na Terça-Feira aparentemente por má conduta sexual segundo fontes oficiais.
Outras fontes, contudo, dão uma explicação diferente para a demissão de Byrnes, que estaria ligada ao impopular plano de ataque ao Irão e a encenação de um ataque nuclear em solo americano que serviria de pretexto para aquele.
Segundo o jornalista Greg Szymanski, fontes militares anónimas afirmaram que Byrnes era o líder de uma facção que estava a preparar um golpe de estado contra os falcões neoconservadores num esforço para prevenir mais conflitos globais.
Mais revelações foram divulgadas pelo jornalista Leland Lehrman que apareceu hoje no «The Alex Jones Show».
As fontes militares de Lehrman, incluindo um ex-capitão de uma agência de informações, ficaram horrorizados quando souberam que a história oficial por trás do 11 de Setembro era impossível.
Disseram a Lehrman que o iminente exercício terrorista nuclear sobre a Northcom (U.S. Northern Command) baseada em Charleston, S.C, onde uma ogiva nuclear seria levada secretamente de um navio e detonada, um exercício que serviria para encobrir um ataque verdadeiro.
"Existem especulações sobre se Byrne terá descoberto o facto de que o exercício iria ser um ataque real e que iria tentar impedi-lo, ou então, que Byrne faria parte de um golpe de estado militar que tentaria evitar uma guerra nuclear com o Irão", disse Lehrman.
Lehrman afirmou que outras fontes lhe disseram que todas as licenças do exército foram canceladas a partir de 7 de Setembro, abrindo a possibilidade de uma guerra, em qualquer altura, depois dessa data.
Funcionários do Northcom admitiram a Lehman que a CNN tem vindo a utilizar a sua sala de reuniões como um estúdio de televisão.
No princípio desta semana o Washington Post relatou que o Pentágono desenvolveu pela primeira vez planos de guerra para operações no solo norte-americano, nos quais ataques terroristas seriam usados como justificação para a imposição da lei marcial em cidades, regiões e em todo o país.
A «American Conservative Magazine» reportou recentemente que Dick Cheney tinha dado ordens para invadir imediatamente o Irão a seguir ao próximo ataque terrorista nos Estados Unidos, mesmo que não houvesse provas de que o Irão estivesse envolvido.
Porta-vozes do governo e dos media têm vindo, há semanas, a instigar o medo na população americana acerca de um iminente ataque nuclear aos Estados Unidos."

O meu comentário:
É preciso reproduzir isto em toda a parte, para que a escumalha vil que fecha os olhos até às coisas mais abomináveis, não possa ignorar, para que toda a gente saiba..
O mal destes actos infames é que são engendrados por cabeças de loucos, que não conhecem limites para a sua perfídia. O mal destes actos infames é que, uma vez começados e bem sucedidos, não param mais e se vão agravando, até que os cidadãos acordem e os façam parar.
O mal dos lacaios abjectos é que são muito úteis para todo esse horror; é que, sem eles, estas infâmias não teriam hipóteses de existir...

2005/07/31

Liberdade ou “Lei da Selva”?

Aqui e também em EDITORIAL
O Principal “valor” das chamadas “Democracias Ocidentais” é a “liberdade”!
A Liberdade é um valor que todos prezamos, que tem significado entendida como direito individual… Mas, sendo nós seres essencialmente sociáveis, a Liberdade também tem (necessita de ter) um significado “colectivo”. Nada nem ninguém se consegue subtrair a essa verdade, a da nossa, intrínseca e absoluta, dimensão colectiva. Ninguém seria o que é sem a sociedade, sem essa dimensão colectiva. Sem a nossa dimensão “colectiva”, nenhum valor existe, ou tem significado.
Em boa verdade nem as pessoas têm importância ou valor, porque estes lhes são “consignados” sempre, e apenas, na “dimensão colectiva”.
Impõe-se, portanto, reescrever aqui aquela expressão que define, magistralmente, o que é a Liberdade: “A nossa liberdade termina onde começam os direitos dos outros”!
Os piores atentados à nossa liberdade, individual ou colectiva, centram-se, hoje, na invocação dos valores essenciais da sociedade, não para que os defendamos, intransigentemente, na sua essência e plenitude, mas como via de alienação, demagógica, colectiva, bem ao estilo da “psicologia de massas” do nazismo, para “legitimar” os mais ferozes e soezes ataques e violações desses mesmos princípios fundamentais.
Todos já nos cansámos de ouvir os facínoras que governam o mundo e os biltres, seus lacaios, dizer e redizer que, a luta contra o terrorismo, se justifica pela defesa de (“our way of life”, “our freedom”, “our democracy”), enfim, “not our”, porque eu nada tenho a ver com isso; e, como eu, uma boa parte da sociedade, que neste momento já é a imensa maioria.
Claro que, nesta campanha abjecta, se pretende usar e abusar do “prestígio” dos princípios fundamentais da democracia, para nos impingir a “legitimação” da sua violação, como se esses princípios e seu significado, pudessem ser apropriados e desvirtuados por uns quantos. Mas o terrorismo dos estados sempre se “justificou” deste modo. Bom! Não se pode dizer que tenha sido “sempre”, no tempo da barbárie, de que estamos a tentar sair, não era necessário justificar as guerras. Bastava ter capacidade para as “empreender”. Mas nós não estamos na barbárie (ao nível do desenvolvimento intelectual e filosófico) e não queremos voltar à barbárie e a “justificação” das respectivas barbaridades.
Mas também todos sabem que as campanhas de “psicologia de massas” pressupõem que as pessoas não pensam, se devem limitar a “engolir” a demagogia assim mesmo como vem preparada… Por isso ela é secundada por um coro de vozes concordantes (de lacaios abjectos, vendidos) e pelo silenciamento implacável de todos os restantes, que somos a esmagadora maioria.
Quer ao nível individual, quer ao nível internacional, a liberdade não existem sem que “se respeitem os direitos dos outros”, porque, quando se violam os direitos dos outros, deixa de haver liberdade para passar a ser criminalidade.
Perguntem à população Iraquiana o que é que eles pensam do conceito de Liberdade das “democracias Ocidentais”! Perguntem aos Presos de Guantanamo e dos outros campos de concentração, mantidos pelos USA, o que é que eles pensam desse mesmo conceito de Liberdade! Perguntem às pessoas que têm sido vítimas da CIA, na sua campanha para “fabricar terroristas”, já aqui denunciada, o que eles sabem, agora, depois destas suas experiências surreais, do real significado desse mesmo “conceito”! O real significado deste conceito, agora, na situação que vivemos sintetiza-se assim: TERRORISMO!
Alguém comentava, em Sociocracia, sintetizando, magistralmente, o que estou a tentar dizer desta forma:
A guerra está associada a morte, a destruição, a vandalismo, em suma, a opressão e a terror.
A guerra surgiu para que uns tantos inábeis se pudessem apropriar das criações de outros mais cordatos e, por isso, mais criativos.
Provocando a destruição e a extrema miséria consegue-se uma total submissão, por parte dos deserdados, e torna-se muito fácil enriquecer à sua custa. Este é que é o móbil das guerras!
Tanto quanto penso, a palavra "terrorismo" deve ter a sua origem em "terror" e as guerras - mesmo que (in)devidamente legitimadas - provocam grandes ondas de terror.
Penso que, para uma humanidade que se quer civilizada, é lamentável que se defenda ainda a barbárie, tenha ela a forma que tiver
...”
O sublinhado é meu e expressa o problema essencial, quanto a esta questão, evidenciando a verdadeira dimensão criminosa (contraditória com a liberdade, a democracia) do uso da força.

Num post anterior (aliás, em vários) falei da necessidade de “colocar as pessoas certas nos lugares certos”, de colocar as pessoas a fazerem o que sabem e gostam de fazer, para que a sociedade funcione, para que haja progresso. Também já o disse, várias vezes, que isso é tarefa da democracia, que só a democracia pode garantir.
AS guerras são contrárias ao progresso e à civilização (e os USA haverão de “compreender” isso, talvez da pior forma possível, para eles próprios)
No nosso país, sofremos, de forma dramática, as consequências de, a liberdade como a entende esta escumalha, em conluio com a “iniciativa privada” e a “economia de mercado” impostas pela “força” da perfídia de uns (legitimada por quem detém o poder) não respeitarem as pessoas, não gerirem as “nossas” competências, não colocarem as pessoas certas nos lugares certos. Este sistema não resulta porque aqueles que são espoliados pela violência (ou pelas regras do mercado e pelos tribunais) deixam de ser mobilizáveis, de ser úteis, quer porque são destruídos, socialmente, quer porque não se conformam com a condição de escravos da infâmia.
O que pretendo evidenciar, com isto tudo, é que a apropriação através da violência é contrária aos princípios fundamentais que regem as sociedades civilizadas e prejudica o progresso e o desenvolvimento.
O que pretendo, com tudo isto, é engrossar a contra-corrente que se forma contra a barbárie, fazer valer o facto de sermos a esmagadora maioria, quer da população portuguesa, quer da humanidade.
O que pretendo, com isto, é mobilizar vontades para que, como maioria, vejamos concretizadas as regras básicas da sociedade, e as decisões fundamentais, quanto a estas matérias tenham de passar a ter a aprovação da maioria das populações, só possível através de consultas directas específicas, devido ao elevado número de abstencionistas.
O que pretendo é que conquistemos a concretização dos direitos que nos assistem, como o exige a democracia, o progresso, a civilização. Esta discussão e estas ideias têm de, urgentemente, sair da clandestinidade (destes espaços, na NET) para se poder recuperar a esperança da generalidade da população… É um direito que nos assiste, de liberdade, vermos as nossas opiniões discutidas e divulgadas, em igualldade de circunstâncias com todas as outras... Mas esse direito, teremos que conquistá-lo com muito esforço (apesar de sermos a esmagadora maioria, porque se pretende que a maioria da maioria não tome consciência disso: de que somos a maioria, de que faz parte da maioria. Têm de permanecer pansando que são insignificantes, que estão sós...)
Não pudemos cruzar os braços, perante tanta infâmia, se queremos fazer jus à nossa condição de seres humanos.
Vou terminar por aqui, para me não alongar, mas prometo não esquecer o assunto…

2005/07/04

EMBUSTE!

... e Os temas de EDITORIAL.

Embuste é o eufemismo (mais soft) que pode definir o estádio actual da nossa DEMOCRACIA (e também da liberdade ou de qualquer outro sistema político, digno).
O “embuste” é tal que os políticos mais conceituados usam e abusam da mentira, como se fosse normal. (Para não falar das mistificações, das “meias-verdades”, da ocultação de factos e violações da liberdade de expressão) como se fosse normal, e até legítimo, do ponto de vista da “luta política”.
Sim porque a “luta política” é uma “entidade”. Nada tem a ver com a governação dum povo…

Esse é outro EMBUSTE: o ponto de vista da luta política, pelo poder, de acesso exclusivo para os que “percebem”, que deixou de ser a função nobre, de tratar da coisa pública, que interessa a todos (logo: de que todos devem perceber. E percebem).
Assim se foram criando dois mundos: o nosso, cheio de problemas sem solução; e o deles, onde os nossos problemas não contam, para que os “problemas” deles possam ser “resolvidos”, numa inversão, absurda, do que deve ser a política.
“ELES” até já criaram um “reflexo condicionado” (politicamente correcto), em certos rafeiros com acesso aos OCS, para achincalharem a “atitude” de a gente dizer “eles”… imaginem!
São “eles” que optam por ser “eles”, por nos ignorarem. Mas "acham" que nós devemos ter por “eles”, o respeito que “eles” não merecem.
Ou seja: devemos “interiorizar” a nossa insignificância, subservientemente, e “aceitar” a importância absoluta e universal, exclusiva, d’ELES. Ainda por cima, para eles terem “legitimidade” de passarem o controlo do poder para as mãos do pior tipo de mafiosos, de criminosos, que há.
Tem de haver uma forma de ELES perceberem que a sua impunidade acabou!
Tem de haver uma forma de ELES perceberem que, em democracia, não se admitem as mentiras e todo o outro chorrilho de abusos que praticam.
Tem de haver uma forma de ELES perceberem que, em Democracia, são as pessoas que contam, em primeiro lugar e não os políticos. Os políticos só contam na medida em que o mereçam, na medida em que sejam dignos e exerçam as suas funções correctamente; isto é: tendo em conta os cidadãos…
Tem de haver uma forma d’ELES perceberem, para o seu próprio bem… Ou será que vai ter de ser à paulada, para que as pessoas se façam ouvir? Já esteve mais longe!
Tudo isto a propósito dos temas da semana, no blog EDITORIAL:
(1) Os traficantes do século XXI, de Hammer
(2) Presente de Marginal
(3) As nossas Características e Apelo, de Raul
(4) Esta semana e Venceremos de Al-Maqqari
(5) Vinte e um d’IVA e O Sistema II, de Zecatelhado
(6) Clarificar e “especificar” os objectivos!, de “eu”
(7) Passo a Passo, de Marginal. Como a U.E. pretender impor, na agricultura, os OGMs

Vão até lá, adiram, se acharem bem…

2005/03/30

Proposta de alteração do Sistema Eleitoral!

Em "a Mesa do Costume", no Tema: "Que sistema Eleitoral queremos", deixei uma proposta de alteração do sistema eleitoral. Como se fala em alterar a lei, justifica-se que retome, aqui, a dicussão deste tema, refazendo e aperfeiçoando a proposta:
"Propõe-se a criação de um círculo uninominal por cada distrito, mais um circulo nacional a que corresponda o número máximo de 150 Deputados. A eleição dos lugares de deputados correspondentes à emigração deve ser tratada separadamente, para não serem adulterados os valores da abstenção.
Que passe a ser eleito um deputado por cada distrito, correspondente ao partido (ou coligação, ou individuo) mais votado. Cada força política concorrente só terá que apresentar um nome, em cada distrito.
Que os deputados de cada formação política, concorrente a nível nacional, sejam eleitos na correspondência exacta da percentagem real de votos obtidos; ou seja, a cada um por cento de votos deve corresponder um por cento de deputados, até um máximo de 150 lugares, ficando vagos os lugares relativos à abstenção votos brancos, votos nulos e atribuídos aos pequenos partidos, se estes não se manifestarem em contrário.
O número máximo de deputados passaria a ser de 150, pelo país, mais um por cada distrito, mais os 4 da emigração.
Que os lugares não ocupados, no parlamento, sejam considerados como "opiniões desconhecidas", devendo as matérias mais controversas ser decididas por referendo (que deve poder ser convocado sempre que as "opiniões desconhecidas" possam ser determinantes para a respectiva decisão).
Que a adequação do desempenho governativo e do parlamento sejam referendadas em cada dezoito meses de vigência dum mesmo mandato, devendo o parlamento e/ou o governo, serem destituidos se não obtiverem mais de 50% de votos positivos.
Que estas propostas de alteração sejam referendadas e decididas por toda a população."
A meu ver, alterações desta natureza só são legítimas se decididas, directamente, pelos cidadãos. Os políticos e deputados são parte interessada, pelo que não têm legitimidade democráticva para decidir acerca de temas destes.
Esta proposta tem tanto direito a ser discutida publicamente e submetida a referendo como qualquer outra, visto que é diferente de todas as outras conhecidas.

2005/03/10

Ainda os Resultados Eleitorais e a Democracia!

Publicado em 25/02/2005
Volto a este tema porque, a meu ver, não perdeu oportunidade e tem a maior importância para o que pode, ou não, ser o nosso futuro, para a possibilidade de resolução dos nossos problemas.
Publiquei os resultados eleitorais, com as percentagens de votos obtidas por cada partido, correctamente calculadas, como deviam ser publicadas e “aplicadas”.
Hoje vou apenas sublinhar as duas vigarices em que assenta esta, falsa, maioria absoluta do PS.
Primeiro, por obra e graça da exclusão (nazi) dos eleitores que se abstiveram, os 29,3% de votos obtidos pelo PS foram transformados em 45,05%. Não é brincadeira! São 37 deputados que não são eleitos, mas vão ocupar os seus lugares, chulando o país. Eu também queria ter assim uma “actividade”, em que pudesse ver a respectiva “posição” no mercado incrementada em 54,6%, assim sem mais nem menos, sem nada ter que fazer para o merecer.
Mas, como todos sabem, a vigarice não se fica por aqui. Sim porque 45,05% dos votos não é, nem de perto nem de longe, igual a maioria absoluta. Aqui entra a segunda vigarice: o método d´Hondt, que “transforma” estes 45% em 52,6% de deputados.
Portanto, o “incremento” gratuito da “actividade” passa a ser de 79,5%. Grande negócio (de vigarice) que é a política, onde se tem direito a tudo, de graça. Pudera! São eles que decidem isto tudo. Imaginem que, na vossa actividade, podiam fazer leis e regras que vos permitissem, com o mesmo esforço e mérito, auferir mais 79,5% dos vossos "rendimentos ou benefícios" actuais! Era bom não era? Mas não era democracia!
Porque é que as pessoas não têm o direito de saber isto e de ser consultadas sobre o assunto, para se saber se estão de acordo? Porquê? Que raio de “democracia” é esta em que temos de nos conformar com regras que não fizemos e sobre as quais não fomos ouvidos?
Quando isto se alterar, quando houver respeito pela democracia, os nossos problemas poderão começar a ser resolvidos. Antes nunca!
Daqui a meses, quando o governo começar a cometer os crimes do costume, a tentar impor-nos a continuação da degradação da nossa situação social e económica, apenas por causa da sua incompetência, do seu compadrio e tráfico de influências (e por não haver democracia), vai voltar a “vir ao de cima” a situação real de mais de 70% da população estar contra o governo, porque este nunca mereceu, sequer, o seu apoio ou confiança. E assim se repetirão as crises, se perpetuará a instabilidade, sem solução para os nossos problemas.
Apenas mais uma palavra, contra os gastos excessivos e inúteis, dos partidos, para custearem as campanhas eleitorais.
Segundo um dos “inquéritos” “online” do “sapo”, mais de 80% das pessoas não foi influenciada pela campanha eleitoral, na sua opção de voto. Então para quê gastar tanto dinheiro (dar tanto dinheiro aos partidos) em campanha eleitoral? Não há nada mais útil para fazer, com o dinheiro, neste país?
Agora mesmo ouvi uns quantos “tachistas” a pedir aumentos consideráveis dos vencimentos dos ministros. Para quê? Pela sua competência (ou representatividade) não é.
Claro que os “ditos” juntavam à “proposta” (de aumentos para os ministros) uma série de exigências de medidas nazis, pelas suas consequências para o agravamento da nossa situação social. Quem é que mandatou “estes espécimes” para tentarem usar assim o dinheiro do estado, para subornar os (futuros) ministros, a seu favor???
Isto ultrapassa todos os limites do descaramento e da falta de pudor!

2005/02/22

Resultados Eleitorais Legislativas 2005

As contas, como devem ser feitas, sem vigarices, nem mistificações.

------------Núm. Eleitores ------ % reais
-- votantes --- 5 711 981 --------- 65,02%
-- Abstenção-- 3 072 721 --------- 34,98%
-- PS --------- 2 573 302 ---------29,29%
-- PSD ------- 1 638 931 --------- 18,66%
-- CDU -------- 432 139 ---------- 4,92%
-- CDS -------- 414 855 ---------- 4,72%
-- B.E. --------- 364 296 --------- 4,15%
-- Outros ------ 121 138 ----------- 1,38%
-- Brancos ------103 555 ---------- 1,18%
-- Nulos --------- 63 765 ---------- 0,73%
-- SOMA % --------------------- 100,00%
-- Soma % votos expressos ------- 65,02%

Agora comparem estes valores, com os resultados oficiais, calculados na base da vigarice que é todo o nosso sistema representativo:
-- Abstenção-- 3 072 721 ---------- 34,98
--- PS ------ % "oficial" de votos --- 45,02
--- PSD ----- % "oficial" de votos --- 28,69
--- CDU----- % "oficial" de votos ---- 7,57
--- CDS ----- % "oficial" de votos ---- 7,26
--- BE ------ % "oficial" de votos ---- 6,38
--- Outros--- % "oficial" de votos ---- 2,12
--- Brancos-- % "oficial" de votos ---- 1,81
--- Nulos---- % "oficial" de votos ---- 1,12
--- Soma destas % -----------------134,95 ?? (Todos sabem, que a soma dum conjunto de percentagens, correctamente calculadas, dá cem (100))

Total de eleitores que recusaram votar nestes políticos 3 240 041 igual a 36,89%
Total de eleitores que não são representados por estes deputados (excluindo a emigração) 3 361 179 igual a 38,26%. Excluir tanta gente das decisões sobre a nossa vida colectiva, riscá-los, pura e simplesmente, do mapa, é um acto de puro nazismo.
A abstenção, de facto, desceu. Tenho pena das pessoas que se mobilizaram, para votar nestes vigaristas, pensando que isso iria contribuir para resolver os nossos problemas colectivos, porque não merecem a desilusão que vão ter, a partir de hoje. Em contrapartida, os votos em branco quase que duplicaram. Mas disso ninguém fala. As opiniões dos cidadãos mais esclarecidos não importa, apenas a daqueles que ainda têm ilusões, que podem ser manipulados pelas máfias que nos governam. Foi assim, com este tipo de percentagens, que começou o B.E.
Conclui-se que apenas foram eleitos 140 Deputados, em vez dos 226 anunciados. Portanto, para o parlamento, vão (226-140) 86 Deputados que não representam quem quer que seja, que vão apenas chular o país, porque usurparam representação que não têm, e recebem dinheiro que não lhes pertence, que devia ser usado para melhorar as condições de vida da população e permitir tomar medidas que impulsionem o desenvolvimento da economia.Sobretudo os pequenos partidos deveriam compreender as vantagens deste procedimento, porque sempre representam alguém que, nas questões concretas, tem o direito de ter a sua própria opinião, em vez de se ver excluido do mapa dos vivos (onde só existe para pagar impostos e ser vítima de todas as patifarias. Por isso tanto se foge aos impostos. As pessoas não têm motivos para pagar, porque também não têm direitos).
Os cépticos, por favor, façam as contas e verifiquem por si mesmos!
Isto é uma vigarice, prejudicial à democracia. Impede que o país progrida.
É claro que um governo, eleito na base da vigarice, de cuja representatividade estão afastados mais de 38% da população, só pode ser mais um governo a prazo, um governo para alguns meses, 10?, 20?, 30?, que vão ser de agravamento das nossas condições de vida e da nossa já desastrosa situação política económica e social.
Este governo, assim "enfatuado" de falsa maioria absoluta (com 29,29% dos votos, imagine-se), não vai resolver nenhum dos nossos problemas reais, daqueles que afectam as nossas vidas, as vidas de milhões de cidadãos. E, sem isso, o país não progride, a nossa situação não melhora e o próprio governo estará condenado, a curto prazo.
Na realidade, o que se vai verificar quando se justificar a contestação a este governo, é que mais de 70% dos cidadãos estão contra. Sempre foi assim e esse facto é o principal factor de instabilidade. Se os governantes tivessem isso em conta, nas suas actuações, muitos problemas se evitariam.
Assim nunca será possível eleger um governo para uma legislatura, ou sequer ter a estabilidade mínima para progredir.

Resposta a um "mail" sobre os resultados eleitorais!


Oh meu caro,
Você não percebeu nada do que eu quis dizer, mas eu vou tentar explicar.
(1) Eu defendo, (porque é uma lei da vida, reconhecida por todas as pessoas minimamente evoluídas, esclarecidas), que existem, em todos os tempos e lugares, as soluções para todos os nossos problemas e também as pessoas adequadas para cada cargo e função; isto é: as pessoas capazes de “executar” essas soluções.
(2) Uma democracia, que funcione, de facto, deve permitir que isso aconteça (que se encontrem as soluções e que se coloquem as pessoas certas nos lugares certos), naturalmente, apenas pelo facto de ser democracia e funcionar
(3) Portanto, apenas podemos concluir que estamos nesta situação desastrosa, porque a “nossa” democracia não funciona.(Inventam-se muitas desculpas, mas são apenas desculpas). Até porque, para que a democracia funcione é necessário que haja responsabilização de quem falha, ou prevarica, que esses sejam punidos e afastados dos seus cargos.
(4) É responsabilidade de quem governa garantir que a democracia funciona, corrigindo as más práticas. Mas, quanto aos eleitos, compete aos eleitores “puni-los” pelos seus maus desempenhos. E até dizer que nenhum dos que se apresentam às eleições (daqueles que a comunicação social e os compadrios promovem) reúne as condições para merecer o seu voto.
(5) Tudo isso é democrático, mas apenas se for eficiente. A democracia não funciona sempre que se dizem mentiras, se aldrabam contas, etc.
(6) Ora, as contas dos resultados eleitorais estão aldrabadas. As percentagens atribuídas a cada partido não são as reais. E, amanhã, na vida do dia a dia, o que se vai fazer sentir é a realidade. Por isso os governos não têm estabilidade, porque partem duma situação fictícia. As contas oficiais, começaram por “transformar” 29,29% em 45% de votos e depois ainda transformaram esses 45% de votos em mais de 50% dos deputados. É só aldrabices, manipulações, logros, que impedem a resolução dos nossos problemas.
(7) Não sei o que é que você pensa que vai ser o país agora, após as eleições, mas eu não acredito (e a maioria da população portuguesa também não) que alguma coisa de realmente importante mude. E pode mudar, se a realidade aparecer à luz do dia, se os políticos forem obrigados a alterar os seus critérios, a praticar, realmente, democracia.
(8) Também não sei o que é que você pensa que seja a utilidade de 230 Deputados, na Assembleia, a custarem uma fortuna ao país, a gastarem, inutilmente, dinheiro que devia ser usado a resolver problemas reais. Mas o pior é estarem lá 86 Deputados que ninguém elegeu, que não representam quem quer que seja. Ora, se a forma de os cidadãos responsabilizarem os políticos, está restringida ao uso que fazem do seu voto, por uma questão de decência e idoneidade mínima do sistema, só deviam tomar posse os deputados realmente eleitos. É o que eu chamo valoração da abstenção.
(9) Até porque, meu querido amigo, a melhor forma de resolver os problemas (a única forma de resolver os problemas) é enfrentar a realidade, actuar de acordo com a realidade, ter em conta a realidade.
(10) A maioria absoluta do PS representa, apenas, 29,29% dos eleitores e, amanhã, quando as nossas condições sociais se agravarem, por causa dos arbítrios prepotentes dos barões do PS, que os próprios acham legitimados pela sua (falsa) maioria absoluta, o que a realidade vai reflectir é que esse partido apenas tem o apoio de 29,29% dos eleitores. Assim, as crises e a instabilidade são permanentes, com consequências desastrosas para o agravar da crise.
(11) Por isso eu defendo que é necessário implementar um sistema verdadeiramente democrático e justo, que permita que a democracia funcione, onde o rigor e a exigência de eficiência (de que cada um justifique, integralmente, o ordenado que recebe) comece pelos deputados e governantes. Com aquele exemplo de inutilidade e parasitismo, (o parlamento) tão escandalosamente bem recompensado, como é que se pode exigir disciplina e rigor e eficiência e esforço aos cidadãos? Para quê, se quem ganha os bons ordenados são aqueles que nada fazem?
(12) Porém, independentemente da escolha de cada um e suas consequências, eu apenas acho que a opção de cada cidadão deve ser respeitada na íntegra. Isso implica que apenas tomem posse os deputados realmente eleitos; aqueles em quem alguém votou.
(13) Até porque a minha verdadeira proposta é que se destine ao parlamento apenas o dispêndio que ele merece e o país pode pagar e que se reduza o número máximo de deputados para cem (100). Isso faria com que o número total de deputados que tomariam posse fosse, apenas, 65. Já imaginou a quantidade de dinheiro que se poupava? Consegue me enumerar, sem sofismas e sem gaguejar, utilidade prática, do parlamento, que justifique um dispêndio de dinheiro superior? Para não falar nas regalias e nos vencimentos, escandalosos, dos deputados, decididos pelos próprios, que eu acho que deviam ser decididos pelos cidadãos.
(14) Mas, deixe-me que lhe diga, o meu mail destina-se apenas a fazer com que as pessoas saibam os valores reais das percentagens de votos obtidas por cada partido. Mesmo assim garanto-lhe que já recebi mensagens bem mais malcriadas do que a sua. Para alem dum “mail” devolvido pela “Oninet”, com a mensagem: “Nondeliverable mail”.
(15) Eu pergunto: porque é que a verdade causa tantos engulhos a tanta gente? Porque é que estas pessoas não sabem lidar com a verdade? Só pode ser porque também não sabem lidar com a democracia, porque sabem que, se a maioria das pessoas tivesse consciência desta realidade, eles não poderiam continuar a actuar como até agora, teriam que ter em conta os cidadãos. Portanto, só se pode concluir que aldrabam e enganam as pessoas, conscientemente e deliberadamente, porque sabem que têm a oposição da maioria dos cidadãos. Mas, repito, caramba! É apenas a realidade, crua e nua, dos números. Publiquem eles os valores correctos, que eu já me calo. Mas não! Esta gente não sabe lidar com a verdade e esse é o nosso pior problema, aquele que impede a resolução de todos os outros problemas.
Como vê, do que eu ando à procura é de mais rigor e de mais democracia, de respeito pelas opções de todos e de cada um, de um país onde todos tenhamos lugar, de melhor e mais eficiente gestão e aplicação dos nossos recursos e do nosso dinheiro.
Um abraço!

Somos cidadãos, ou apenas números?

Publicado em 2005/02/19.
O sistema político com que a sacrossanta “democracia ocidental” (que não é democracia, nem ocidental, é apenas uma invenção de uns quantos bandidos) nos tenta impor a todo o custo, já nos transformou, há muito, em números abstractos, em objectos numa engrenagem ferrugenta que nos tem vindo a cilindrar a todos.
Para atingir esse objectivo, fomenta-se o mais mesquinho e vesgo individualismo, que nos isola no meio dos outros números, num raciocínio vesgo de absoluta misantropia, muito útil para escamotear as responsabilidades de quem nos governa (e de quem nos manipula massivamente e assim nos destroi).
Os nossos problemas particulares ou colectivos, não são resolvidos, nunca têm solução, negando a nossa condição de seres inteligentes que, ao longo dos séculos, sempre encontraram solução para todos os problemas, exactamente porque somos seres inteligentes.
Pois é! Os nossos problemas têm solução, desde que a sociedade funcione como deve, desde que se coloquem as pessoas certas nos lugares certos, desde que seja possível a colaboração organizada de todos, para resolver esses problemas. Quando falo disto lembro-me sempre do absurdo que são os incêndios, em cada verão que passa, e o quanto seria fácil resolver, de vez, esse problema, se a nossa sociedade funcionasse como deve, como sociedade. Mas não. Não adianta falar. Quem deve ouvir e fazer, não ouve nada, não faz nada. Quem tem os cargos não presta e os outros, os cidadãos, são apenas números.
Isto é assim com todos os nossos problemas, do dia a dia, que afectam cada cidadão, uma enorme quantidade de pessoas marginalizadas, a quem agora se prometem esmolas, porque nós somos apenas números; não somos cidadãos com direitos.
Isto é assim porque se institucionalizou um sistema de subversão da realidade, de manipulação e alienação das pessoas, para proveito de uns tantos criminosos, que teimam em nos destruir, como sociedade e como espécie, destruindo o nosso “habitat”, apenas para satisfazer a cega ganância de uns quantos criminosos.
É por isso que os nossos inúmeros problemas do dia a dia, os nossos problemas de cidadãos nunca são resolvidos, apesar de terem solução e de deverem ser resolvidos, a bem da nossa condição de cidadãos integrados numa sociedade, pertencentes a uma sociedade civilizada. Mas não, os nossos problemas concretos não podem ser resolvidos, por mais destruidores que sejam, para a nossa condição de cidadãos e para a sociedade, porque nós somos apenas números; coisas integrantes duma engrenagem que só existe para alimentar a perfídia de alguns.
Não permita que, mais uma vez, os seus direitos de pessoa humana sejam alienados, sacrificados, no altar da infâmia do sistema político que nos impõem e que nos destrói. Não vote, porque você tem esse direito (eu diria que tem essa obrigação, para sua própria defesa). Não vote porque, depois de amanhã, você volta a ser um número, uma peça duma engrenagem maldita, onde a sua condição de cidadão não tem lugar, onde, por isso, os seus problemas (que nem são problemas de cidadão, porque você não o é) vão continuar a não ter solução, nem mesmo que você seja capaz de os resolver.
Gritemos a nossa indignação, exijamos os nossos direitos integrais de cidadania. Nós somos cidadãos, com direitos, não somos números. Lembre-se de todos os problemas concretos que você conhece e tem vivido, na hora de votar. Abstenha-se, não vote, porque eles, os políticos, pertencem a outro mundo, por opção própria. Pertencem a um mundo onde não há problemas concretos (de cada cidadão), para resolver, e por isso não têm de se preocupar com a resolução de problemas concretos.
A abstenção é já a opção maioritária da população portuguesa e acabará por ser o grito de revolta de todas as pessoas que não aceitam a sua alienação a este sistema infame, que exigem os seus direitos integrais, de cidadania.
Para sua própria defesa e protecção, adira à abstenção (ou vote nulo)!

Que sistema eleitoral nos convém?

Que sistema eleitoral queremos? É simples! Um que funcione.
Um onde seja possível dizer a verdade e assumir os factos, com exactidão; onde não seja necessário baralhar as contas, excluir pessoas, manipular números, enganar, vigarizar, ocultar, mistificar.
Democracia é o respeito pela vontade da maioria. Os avanços tecnológicos têm sido utilizados para manipular, condicionar e controlar essa "vontade". Com isso deturpam-se e violam-se as regras básicas da democracia. Mas isso não altera o carácter desses procedimentos que, como são perversos, só podem atingir objectivos perversos. Em consequência, as pessoas ficam baralhadas e destruídas, sem saídas, mas também não aderem a este tipo de coisas, não apoiam quem as engana e molesta. Se a democracia funcionasse, sem tanta perfídia pelo meio, seria possível colocar as pessoas certas nos lugares certos; e toda a nossa vida seria muito melhor. É bom que percebamos isto, para podermos sair do actual beco, que tem saída apenas para o abismo.
Portanto, é necessário que seja respeitada a opinião de cada cidadão, porque o facto de ele, cidadão, não aderir a uma dada opção, é culpa de quem encabeça essa opção; é culpa da ausência de bondade dessa opção. Além do mais, o elevado nível de abstenção, justificadíssimo, faz com que os governos, eleitos com um apoio tão reduzido, fiquei fragilizados, logo após a eleição, dando início a uma nova fase da instabilidade política e social, de que se aproveitam, sempre, os mesmos patifes.
Os políticos e responsáveis da sociedade têm que perceber que só é possível melhorar a a situação do país quando os cargos forem exercidos com honestidade e eficiência, com rectidão, com dignidade. Os nossos males comuns não caem do céu. Têm origem na forma como os cidadãos são tratados e ultrajados, todos os dias. Essa situação só pode inverter-se, e devolver-nos a nossa esperança no futuro, alterando os critérios de quem decide. Para que isso seja possível é necessário o apoio e a mobilização de cada cidadão válido, que só se consegue respeitando a opinião de todos, valorando, devidamente, a opinião de todos.
Não é mais possível que um governo eleito com, apenas, 30% dos votos (como era o caso do governo de Durão Barroso), invoque representar uma maioria que não tem, para actuar como bem entende, porque, assim, não pode actuar, nem mesmo que seja para fazer o que tem de ser feito.
A solução está na valoração da abstenção. Essa é a chave para alterar os absurdos critérios de actuação que têm sido seguidos, até hoje. Não se pode pretender resolver os nossos problemas colectivos, ultrajando e vilipendiando cada cidadão, nas situações concretas da vida, apenas para proteger e compactuar com toda a espécie de criminosos. Até agora, isso, afastando as pessoas das eleições, não tem qualquer influência na "punição" dos políticos, porque estes são eleitos, na mesma, perpetuando e agravando os nossos problemas, os nossos males.
Sistema eleitoral?
Valoração da abstenção, com incidência no número de deputados eleitos e na duração dos mandatos: Os lugares de deputados, relativos à abstenção não devem ser ocupados; a duração do mandato dos eleitos, em exercício de funções governativas, ou outras, deve ter duração proporcional à percentagem de votos obtida na respectiva eleição.
Redução do número máximo de deputados para cem.
Estas alterações ao sistema eleitoral (ou outras) devem ser referendadas. Os cidadãos têm o direito de se pronunciar sobre este tipo de coisas; ainda mais quando os critérios e a actuação dos políticos não consegue resolver os nossos problemas colectivos.
Responsabilização dos políticos eleitos pela eficiência das leis que elaboram, pelo regular funcionamento das instituições, pela existência, de facto, de democracia, no dia a dia dos cidadãos.
Isto implica um controlo que tem de ser feito, periodicamente, pela totalidade dos cidadãos.
A periodicidade desse controlo tem de ser tal que não sejam possíveis os actuais arbítrios, com possibilidade de destruirem a nossa economia durante toda uma legislatura; ou que terminam com a queda dos governos por acumulação dos factores de crise.
O controlo tem de ser feito em tempo eficiente, de modo a prevenir os danos provocados pelas contantes crises. Se temos uma classe política que não é confiável, há que lhes colocar rédea curta, que os fazer arrepiar caminho enquanto é tempo. Há que lhes mostrar que não podem promover e permitir toda a espécie de crimes sociais, no dia a dia, esperando, com falácias, ficarem impunes apesar dos seus repugnantes actos.
É simples. Está aí ao alcance da mão... Mas não vai cair do céu.