2005/11/25

Com Um Ano de Atraso!

Publicado também em Editorial
Recentemente tem-se ouvido falar muito dos aviões, fretados pela CIA, usados para transportar cidadãos, aleatoriamente escolhidos, que a CIA decide torturar, maltratar de forma prepotente e arbitrária, com o objectivo de os “transformar” em TERRORISTAS.
Esta história é antiga, tem pelo menos um ano, e já nessa altura as denúncias encontraram eco na blogoesfera, tendo sido tema, inclusive, do Programa “60 minutos”…
Também neste blog o assunto foi referido várias vezes…
É claro que os aeroportos portugueses foram utilizados. A “Humans Rights Watch” (finalmente acordaram) identifica três escalas, destes aviões, no aeroporto Sá Carneiro. Os aeroportos nacionais foram utilizados e, a julgar pelas declarações dos nossos governantes, com o conhecimento e consentimento de todos eles… Gente abjecta!
Achei curiosas as declarações de Mário Soares, a propósito deste assunto:
Ele acha que está “preso” a uma candidatura presidencial e, por isso, diz: - “não nos devemos precipitar”…
Todavia, se estivesse “livre” até era capaz de escrever uns artigos sobre o assunto… Se for verdade é muito grave, diz.
“Se for verdade”, porque, depois de tantos factos conhecidos, de tantas denúncias durante tanto tempo e de tantas evidências, ele não sabe se será verdade. A “verdade” dele é, sempre, outra…
Eu bem vos disse que ele só participou nas “manifestações anti guerra” porque não estava no poder. Se estivesse teria feito exactamente o mesmo que Durão Barroso… É por estas e por outras que este indivíduo sempre me meteu nojo!
O que é a vontade e os sentimentos da população portuguesa não interessa nada. As manifestações anti guerra? São só folclore, que não deve ter quaisquer consequências, no entender desta escumalha …
Quanto a Cavaco Silva, certamente que não se lhe ouvirá uma palavra de repúdio, como é natural (da sua natureza), porque para esse, o que pensa a população portuguesa não interessa, nem nisto nem em qualquer outro assunto…
De Sampaio nem vale a pena falar. Esse acha que “estamos bem onde estamos”: subjugados, pelas mãos dos nossos políticos, traidores, a servir de capacho aos americanos, sem direito a opinião própria, autónoma, como se não fôssemos um país independente… Grande contribuição para a auto estima do País... que não é tratado como País, nem pelos seus próprios governantes.