2006/05/26

Valorar A Abstenção.

Vou tentar explicar o que eu entendo por “Valorar a abstenção”.

Mas antes deixem-me chamar a atenção para alguns aspectos “sociológicos”.
Um dos problemas que mais escandaliza a população é o facto de os que ocupam cargos políticos (ou públicos) ganharem muito e serem incompetentes e inúteis (para os cidadãos e para o País).
A grande dificuldade em inverter esta situação, em muitos casos, se não em todos, reside na presunção de cada interveniente; na dificuldade que as pessoas têm de se auto avaliarem, no “relativismo” das auto avaliações (há sempre quem seja pior e ganhe mais)… Para além de que, na nossa sociedade, tudo o que acontece de mal é “culpa dos outros”. Ninguém tem culpa de nada, nem tem nada que ver com o que quer que seja…
A meu ver, tudo isto reflecte comodismo e tacanhez dos respectivos, mas é fruto, principalmente, das “impunidades”, da ausência de mecanismos de responsabilização e punição, correcção, dos comportamentos "desviantes". Os titulares dos cargos só têm direitos, (a “prestígio”, a dinheiro, a serem respeitados sem merecer) não têm responsabilidades, não prestam contas.
Isto tem de mudar!
Têm de se instituir regras que permitam responsabilizar, devidamente e idoneamente, toda esta gente. Ninguém melhor do que o conjunto dos cidadãos, eleitores, para “exercer” essa função que, valha a verdade, lhe pertence, em exclusivo, por inerência da democracia.

Proposta de Alteração do Sistema Eleitoral!
- Propõe-se que o número máximo de Deputados seja reduzido para 100, correspondentes a 100% dos eleitores, no território nacional;
- Propõe-se a alteração dos métodos de eleição (contas), de modo a que a percentagem de deputados de cada força política seja rigorosamente igual à respectiva percentagem REAL de votos obtidos nas urnas, tomando como base o TOTAL DE ELEITORES INSCRITOS;
- Propõe-se a criação de um círculo uninominal por cada distrito; mais um círculo nacional, onde o número de deputados eleitos por cada força política, adicionado aos deputados eleitos por cada distrito, completaria o número correspondente à respectiva percentagem global de votos. As forças políticas que não elejam deputados distritais, mas que consigam uma percentagem de votos que resulte em um ou mais deputados, elegem o respectivo número de deputados pelo círculo nacional.
- A eleição dos lugares de deputados correspondentes à emigração deve ser tratada separadamente, por serem em reduzida percentagem, desprezando-se a influência da respectiva percentagem de abstenção.
- Que os deputados de cada formação política, sejam eleitos na correspondência exacta da percentagem real de votos obtidos; ou seja, a cada um por cento de votos deve corresponder um por cento de deputados, até um máximo de 100 lugares, para cem por cento dos votos, ficando vagos os lugares relativos à abstenção votos brancos, votos nulos e atribuídos aos pequenos partidos que não consigam eleger deputados, se estes não se manifestarem em contrário.
- Que os lugares não ocupados, no parlamento, sejam considerados como "opiniões desconhecidas", devendo as matérias mais controversas e as ESTRUTURAIS ser decididas por referendo (que deve ser convocado sempre que as "opiniões desconhecidas" possam ser determinantes para a respectiva decisão).
- O Primeiro Ministro deve ser nomeado de modo a garantir o apoio da maioria do parlamento. Se tal não for possível, deve o cargo ser entregue ao partido mais votado mas, neste caso, o seu desempenho deve ser referendado quando se esgotar a percentagem de tempo do mandato correspondente à respectiva percentagem de votos. (Este governo, por exemplo, teria de ser referendado ao fim de 30% do tempo de duração do mandato; ou seja: ao fim de 15 meses)
- Que a adequação do desempenho governativo e do parlamento sejam referendadas em cada dezoito meses de vigência dum mesmo mandato, devendo o parlamento e/ou o governo, serem destituídos se não obtiverem mais de 50% de votos positivos.

Que estas propostas de alteração sejam referendadas

Também defendo que o desempenho do Presidente da República e dos Presidentes das autarquias passem a ser “confirmados”, ou não, através de referendos, logo que termine a percentagem de tempo dos mandatos correspondente às respectivas percentagens de votos; devendo obter mais de 50% dos votos para poderem manter o cargo.

Todos os que não conseguissem a ratificação da maioria da população, não poderiam se recandidatar, nas duas eleições seguintes...
Quanto aos Governadores de Distrito, ou deixam de existir, ou então devem passar a ser eleitos directamente pela população (juntamente com as autárquicas), de entre candidaturas apartidárias, alargando-se as suas responsabilidades e competências…

A meu ver, alterações desta natureza só são legítimas se decididas, directamente, pelos cidadãos. Os políticos e deputados são parte interessada, pelo que não têm legitimidade democrática para decidir acerca de temas destes.
Esta proposta tem tanto direito a ser discutida publicamente e submetida a referendo como qualquer outra, visto que é diferente de todas as outras conhecidas. É uma questão de elementar (e honesta) democracia…

Muita coisa mudará, neste país (e nos outros), quando estas regras forem implementadas.
Todas as pessoas medianamente inteligentes têm noção do que é correcto, ou não, fazer, em cada situação ou opção, têm noção de o que corresponde aos interesses da maioria da população. Por isso só podemos concluir que as patifarias que nos destroem são premeditadas e “fruto” da impunidade…

Reparem que os cidadãos nem ao menos têm direito à verdade, em matéria de eleições. Quantas pessoas têm noção de que a “maioria” de Sócrates, nas Legislativas de 2005, foi obtida com uns reles 29,3% dos votos dos eleitores?

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APELO!
Atenção às campanhas mais recentes:
-- Petição Para Valoração da Abstenção
-- Assine a petição AQUI, ou AQUI ou AQUI, ou AQUI, ou AQUI
-- Denúncia de Agressão Policial
-- Petição contra os Crimes no Canil Municipal de Lisboa
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2006/04/03

A Demolição Da Censura?

Copiado directamente de "Para mim tanto faz"

Na semana passada, o actor norte-americano Charlie Sheen (Platoon – Os Bravos do Pelotão, Wall Street) colocou a carreira, e a própria vida, em risco ao dar duas entrevistas ao activista Alex Jones, nas quais pôs em causa toda a versão oficial dos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.
Foi desta forma que ele se juntou a um grupo de centenas de personalidades que, nos últimos quatro anos e meio, têm vindo a público afirmar que essa versão oficial não só é implausível como impossível, chegando a violar as próprias Leis da Física.
Este grupo inclui Andreas Von Bülow, antigo ministro da Defesa e da Tecnologia da Alemanha e ex-director dos Serviços Secretos Alemães;
Michael Meacher, ex-ministro do Ambiente do governo britânico de Tony Blair;
Ray McGovern, antigo conselheiro presidencial e ex-analista da CIA;
Paul Craig Roberts, Secretário do Tesouro durante o mandato do ex-presidente norte-americano Ronald Reagan e pai da sua política económica;
Robert Bowman, antigo director do Programa de Defesa Espacial Star Wars e ex-coronel da Força Aérea dos EUA;
Steven Jones, Professor de Física da Universidade de Brigham;
David Shayler, ex-oficial do MI5, os serviços secretos britânicos;
Morgan Reynolds, Professor catedrático da Universidade A&M do Texas que integrou o governo do actual presidente norte-americano George W. Bush durante o seu primeiro mandato,
e muitos, muitos outros.

Alguns destes nomes fazem parte de um movimento criado em Janeiro deste ano chamado Scholars for 9/11 Truth (Académicos pela Verdade sobre o 11 de Setembro), que conta com cerca de 50 membros, entre os quais professores universitários, estudantes, cientistas e investigadores de diversas áreas.
Todas estas individualidades apresentam informações que têm sido constantemente censuradas pelos órgãos de comunicação social, e sugerem que o 11 de Setembro tenha sido um golpe interno perpetrado pela elite que controla o poder político e militar nos EUA.
Algo que se torna ainda mais perturbador quando muitos outros atentados, como os de 11 de Março de 2004 em Madrid e os de Julho de 2005 em Londres, sofrem dos mesmos sintomas: modus operandi semelhantes, planeamento e execução militares, ocultação de factos, uma investigação ridícula e versões oficiais incoerentes que não resistem a indagações mais meticulosas.
Os objectivos de todas estas operações psicológicas são comuns: muito resumidamente, criar várias crises de terror em toda a população ocidental e apresentar como soluções imediatas cruzadas bélicas para ocupar pontos estratégicos no planeta, permitindo a expansão da hegemonia global norte-americana e o controlo total de recursos vitais; ao mesmo tempo que se retiram liberdades aos cidadãos sob o pretexto de uma maior segurança, permitindo controlar toda a população e aniquilar quaisquer linhas de pensamento dissidentes (“é para vossa protecção!”, tal como referido em V de Vingança, um filme actualmente em cartaz que recomendo).
No entanto Charlie Sheen fez na semana passada o que ilustres investigadores, professores catedráticos e ex-ministros não conseguiram durante quase cinco anos: furar a censura e conseguir algum tempo de antena num programa da CNN, que transmitiu as suas declarações e expôs milhões de pessoas a factos sobre o 11 de Setembro que têm sido permanentemente ocultados.
Um feito ao qual se seguiu uma onda de ódio na imprensa norte-americana e britânica – os fabricadores de opinião atacaram Sheen pelo seu passado controverso mas foram incapazes de contestar os factos expostos por ele.
O actor, agora também activista político, respondeu pessoalmente a vários ataques e desafiou os media a confrontar as evidências.
De notar que os actores Gary Busey (Arma Mortífera, Predador 2) , Dean Haglund (Ficheiros Secretos) e James Woods (Ghosts of Mississippi) já muito antes tinham vindo a público dizer que existem milhares de perguntas sobre o 11 de Setembro que permanecem sem resposta.
Nas últimas horas, a actriz Sharon Stone (Instinto Fatal) e o actor, realizador e produtor Ed Asner juntaram as suas vozes a Charlie Sheen.

Aos poucos a população directamente afectada pelas operações de terror acordou e percebeu que o discurso dos políticos e dos jornalistas não bate certo com a realidade. Na sequência das reportagens sobre Sheen a CNN questionou o seu público se acredita que a administração norte-americana encobriu a verdade sobre o 11 de Setembro: 83% dos participantes disseram que sim, numa consulta com mais de 53.000 votos únicos.
Uma sondagem da Zogby International realizada a Agosto de 2004 em Nova Iorque indica que 49,3% dos habitantes dessa cidade acreditam que os líderes norte-americanos tiveram conhecimento prévio dos atentados do 11 de Setembro e conscientemente deixaram-nos acontecer; e 66% querem uma nova investigação desses acontecimentos.
Aqui ao lado, em Espanha, repetem-se os números: a sondagem patrocinada pelo jornal El Mundo no segundo aniversário dos atentados do 11 de Março revela que 66% dos espanhóis acreditam que ainda não lhes disseram a verdade sobre o que realmente aconteceu nesse dia nos comboios de Madrid.
Mas mesmo com os cidadãos a fazerem perguntas e as celebridades a levantarem as suas vozes o bloqueio informativo permanece, e o futuro continua muito sombrio. Este embuste do terror islâmico e da Guerra contra o Terrorismo já provocou a morte de centenas de milhares de seres humanos; a invasão e destruição de dois países: Afeganistão e Iraque; e o estrangulamento das poucas liberdades civis que nos restam.
Os verdadeiros terroristas e as suas redes de cúmplices estão neste preciso momento em stand-by para avançar rumo ao terceiro país a ser “libertado”: o Irão. Um acto desesperado cujas consequências são imprevisíveis.
Que mais é preciso acontecer para agirmos?
Aqui por Portugal, tanto a comunicação social (tirando algumas raras excepções) como todos os partidos políticos colaboram activa e conscientemente na execução e encobrimento destes crimes. Eles já revelaram de que lado estão.

E nós, vamos ficar de braços cruzados à espera dos próximos atentados, quem sabe se nucleares? As bombas do 11 de Março provocaram 191 mortos e mais de 2000 feridos, e explodiram a menos de 400 quilómetros do nosso país. Como já foi dito, não estamos livres que Portugal seja o palco escolhido pelos criminosos para um dos próximos rituais de chacina humana. Por outro lado, já estamos a pagar esta loucura no preço do petróleo, e muito mais pagaremos quando a anunciada invasão do Irão encerrar todo o Golfo Pérsico.
Estes políticos estão contra a vontade da maioria da população que supostamente representam, e mancharam o nome de Portugal através da sua subserviência política e militar, cedendo tropas e equipamento de combate e gastando largos milhões de euros dos nossos impostos para participar num dos maiores crimes de sempre contra a Humanidade.
A conclusão é muito simples: temos de ser nós próprios a passar a palavra!
Vejam e divulguem os vídeos com a informação que a CNN transmitiu mas que os media portugueses não se atrevem a tocar:
Parte 1, 23/03:
Parte 2, 23/03:
Parte 3, 24/03:
Parte 4, 24/03:
Parte 5, 27/03 (com Sharon Stone):
Primeira entrevista de Alex Jones a Charlie Sheen:Vídeo:
Áudio:
Segunda entrevista de Alex Jones a Charlie Sheen: Áudio baixa qualidade:
Áudio alta qualidade:
Site oficial de Loose Change, o melhor documentário sobre o 11 de Setembro: Trailer de Loose Change:
Baixa qualidade:
Alta qualidade:
Reportagens da FOX sobre Loose Change (Dezembro de 2005):
Reportagem 1:
Reportagem 2:

Vou só acrescentar mais este link, que me foi sugerido por email, porque também vale a pena ler e consultar

Então "Passemos a palavra"!

P.S.: É por isso que eu defendo a valoração da abstenção. Agora, os nossos políticos são mais fiéis e subservientes para com os americanos (a pior escumalha entre os americanos) do que são representantes do próprio povo que os elegeu. Por menos votos que tenham, por mais que os cidadãos se recusem a votar neles, actualmente isso não faz qualquer diferença... eles continuam a usar o poder para servir os americanos.

Este artigo e este tema são referidos ou reproduzidos em (que eu saiba):
- Troll-Urbano
- Para Consumo da Casa
- Arredemo, onde se diz que a denúncia "anda a percorrer a rede"!
- Um Homem das Cidades, onde se podem encontrar muitos outros interessantes artigos sobre este assunto,
- e ainda em destaque em "A Nau Catrineta"
- Para além das caixas de comentários dos blogues linkados na margem.
No AspirinaB este comentário foi censurado (Rectificação: afinal o comentário, no AspirinaB, terá sido eliminado acidentalmente "pelo sistema de edição", "por conter vários links?"!)

Este blog bateu um novo recorde de visitas. Em poucos dias mais de 500 pessoas leram este artigo aqui (haverá muitos mais que leram nos outros sites)... É só para provar que é possível romper a barreira de censura, cretina, dos OCS...
A participação de todos e de cada um é (aqui também foi) muito importante... Mas ainda há muita coisa para fazer...

2006/01/23

Se Todos Os Votantes Contassem...

Passos Perdidos!

Se os votos brancos e nulos contassem, para o cálculo das percentagens atribuídas a cada candidato (como acontece nas legislativas), Cavaco Silva NÃO teria sido eleito à primeira volta!

Teria obtido, apenas, 49,66% dos votos

É caso para dizer que foram "passos perdidos" os dos que interiorizaram os apelos ao voto e foram tentar "marcar posição".
Estes votos não foram considerados para o cálculo das percentagens atribuídas aos candidatos, nem foram "considerados" como abstenção, contribuindo para reduzir esta percentagem (que começa a "incomodar"). Nos resultados oficiais, é como se estes eleitores não existissem...
É caso para dizer: é o cúmulo da vigarice!

Presidenciais 2006. Resultados!

Presidenciais 2006. Resultados!

No meio dum turbilhão de coisas para analisar, criticar, (cuja verdadeira dimensão e significado ainda desconhecemos) vamos ater-nos, por agora, apenas, aos VERDADEIROS Resultados Eleitorais de ontem, calculados com os números disponibilizados pelo site oficial, às 12 horas do dia 23 de Janeiro de 2006:

TOTAL DE ELEITORES INSCRITOS: --- 8 830 706 ------ Perct.
Total de votantes ------------------------- 5 529 117 ----- 62,61%

Cavaco Silva --------------------------- 2 745 491 ----- 31,09%
Manuel Alegre --------------------------- 1 124 662 ----- 12,74%
Mário Soares ---------------------------- -- 778 389 ----- - 8,81%
Jerónimo de Sousa -------------------- -- 466 428 ----- - 5,28%
Francisco Louçã ------------------------- -- 288 224 ----- - 3,26%
Garcia Pereira --------------------------- --- 23 650 ----- - 0, 27%

Abstenção + Nulos + Brancos --------- - 3 403 862 ---- 38,55%

Se eu adoptasse a atitude, estupidamente presunçosa e mesquinha, que caracteriza os políticos e os apoiantes dos concorrentes, proclamaria vitória e reivindicaria “a credibilidade” devida a se terem concretizado as minhas “previsões”.

Mas eu não faço isso porque, ao contrário dos referidos, não tenho problemas de auto estima, nem de afirmação pessoal, ou de “reconhecimento”; muito menos pretendo impor as minhas opiniões ou opções, em detrimento das alheias.

Não faço isso porque esta é uma situação deplorável, desesperante, que apenas “promete” a continuação e agravamento das “nossas desgraças”, da falta de esperança e ausência de auto estima colectivas. Não há como “alimentar” euforias (falsas)…

Não faço isso porque a circunstância de a situação ser da total responsabilidades dos protagonistas políticos não adianta um milímetro à luta por mais e melhor democracia.
Não faço isso porque eu não ganhei nada! Perdemos todos!

Não faço isso porque “mais e melhor democracia” implica igual respeito pelas opiniões e opções expressas por todos e por cada um, incluindo a abstenção (sem excluir “os outros”).
Não faço isso porque o que me move é lutar pelo reconhecimento do respeito devido a TODOS, incluindo, portanto, os que votaram em algum dos candidatos. Não estou a disputar espaço alheio, mas o direito ao próprio espaço, a que este não seja apropriado, indevidamente, por outros

Mais! Luto pela valoração da abstenção, apenas e só, porque permite resolver os nossos problemas colectivos.
Luto pela valoração da abstenção porque a nossa classe política é composta por gente sem pudor, sem vergonha e sem dignidade, cínica, a quem tem de ser imposta “rédea curta”, meios de responsabilização, para travar os seus ímpetos perversos, que nos têm destruído (e nos irão continuar a destruir, como se pode ver pelo resultado destas eleições).

Cavaco Silva foi conduzido em ombros, pelos restantes, candidatos, desde antes de ter anunciado a sua candidatura, até à eleição. Ganhou, com a ajuda de todos os outros. Por isso nenhum se pode queixar dos resultados, que ajudaram a “obter”. Principalmente o Primeiro Ministro, apostou, desde o início, na eleição de Cavaco Silva. Este foi o “seu” candidato, desde sempre. Eles são da mesma laia… TODOS!

Já agora, como termo de comparação (e porque este post tem grandes probabilidades de ser lido à distância; no tempo e no espaço), aqui ficam as percentagens oficiais, de votos, atribuídas a cada candidato:
Cavaco Silva ------ 50,59%
Manuel Alegre ---- 20,27%
Mário Soares ----- 14,34%
Jerónimo ---------- - 8,59%
Louçã -------------- - 5,31%
Garcia Pereira ---- - 0,44%

Convenhamos que ser eleito com 50,59%, ou ser eleito com 31,1% dos votos tem significados completamente diferentes. A vigarice é tal que a população nem sequer tem direito à verdade dos números…

2006/01/04

2005,O Balanço Do Nosso Desencanto!

Publicado também em Editorial

Este post devia ter “saído” há cerca de oito dias!
Está difícil!

É que, olhar para o ano que passou, depois de ter acompanhado e participado na luta por um país e um Mundo mais digno e avaliar os “resultados” é algo de muito doloroso… Por isso o adiar; mas não há volta a dar-lhe, tem de ser…
O ano que passou foi o primeiro ano civil de existência do meu blog "Sociocracia". Foi o primeiro ano que começou e acabou na “vigência” desta luta. Este blog completou um ano de existência no dia 17 de Outubro de 2005.
O meu primeiro post de 2005 falava da paranóia da “luta contra o terrorismo” e respectivas mentiras, mistificações, manipulações, campanha de terror sobre toda a população do Mundo… Neste aspecto: da guerra e respectivas “justificações”, o que é que melhorou?

No segundo post do ano transacto, datado de 05-01-2005, eu escrevia:

“Mais uma vez constatamos que tudo isto só é possível devido à subserviência canina, da comunicação social, aos mais pérfidos interesses dos mais pérfidos personagens.
O progresso a que temos direito, o país, o bem estar do cidadão, não contam, para ninguém: jornalista, governante, ou político. Os interesses dos criminosos, e só esses, é que contam.
Também já o disse, mas nunca é demais repeti-lo, enquanto este tipo de crimes infames forem possíveis, na nossa sociedade, com envolvimento das instâncias de investigação e judiciais, não será possível, nem sequer, a resolução dos nossos problemas económicos, muito menos os sociais. Numa situação destas não há competência que resista; não adianta ter ilusões.
Também já o disse, mas como ninguém ouve, vou continuar a repeti-lo, até que se ouça (ou compreenda), que os nossos piores problemas têm origem no facto de este país estar nas mãos de criminosos. E não me refiro aos “inimigos sem rosto” inventados pela magistrada Maria José Morgado, porque não existem (e porque não sou D. Quixote); refiro-me a estes criminosos, que assim se pavoneiam, despudoradamente, e se exibem, nos órgãos de comunicação social, ante a complacência dos governantes e políticos”.
Vocês perceberam alguma melhoria no que concerne a estas questões? (da alta criminalidade e seu domínio sobre o País, das cumplicidades e apoios dentro da comunicação social, etc.).

Durante todo o ano passado li, na blogoesfera e na comunicação social, todo o tipo de denúncias e reproduzi algumas delas.
Para completar a lista, ainda faltam os episódios que relatei, de entre os muitos que me chegaram ao conhecimento, particularmente.

Esgotado o tempo do ano civil e chegado o momento do balanço que podemos concluir?
Quais os frutos desta luta?
O que é que melhorou?
Que é feito dos nossos direitos de cidadania?
Que esperança nos resta?
Como atingir os nossos anseios de uma vida melhor, de um Mundo melhor, duma sociedade digna?

Cada um que responda como achar melhor!
Por mim, para ilustrar, com exemplos concretos, como convém, o que estou a tentar dizer, peço-vos que atentem no conteúdo deste post, publicado em 12-10-2005.

E agora, para que se perceba, bem, “o efeito” (nulo) destas denúncias, a evidenciar o arrivismo, a falta de vergonha e de dignidade, a arrogância prepotente e vil dos nossos políticos, aqui fica a transcrição dum post publicado em “Um Homem das Cidades”, no dia 29-11-2005:
...
“Exonerados da Refer, Braamcamp Sobral, Luís Miguel Silva e José Marques Guedes assumiram já o cargo de assessores na CP, enquanto Pires da Fonseca, ex-administrador da CP, integrou os quadros da Refer.
Segundo fontes contactadas pelo CM, os agora assessores ainda não iniciaram a sua actividade nas respectivas empresas, encontrando-se, alegadamente, de férias. O certo é que já receberam os novos ordenados, bem como o subsídio de Natal a que têm direito pelos seus novos postos.
De acordo com as contas feitas pelo CM, cada um dos assessores dos conselhos de gerência recebeu entre 3800 e quatro mil euros líquidos de ordenado e mais de 600 euros de subsídio de Natal, correspondentes aos meses “trabalhados” nas novas funções.
Para além do ordenado, os assessores dispõem de carro, telemóvel, cartão de crédito e despesas de representação.
Ao integrarem os quadros de pessoal daquelas empresas, os gestores acabaram por beneficiar em pleno dos actos pelos quais foram despedidos do Estado com justa causa.
Questionadas pelo CM sobre o paradeiro dos novos assessores e das funções que lhes foram atribuídas, nem a CP nem a Refer deram qualquer resposta.Os administradores foram exonerados em Outubro pelo Governo “por manifesta inobservância da lei e violação grave e reiterada dos deveres dos gestores públicos”.
Entre as irregularidades detectadas, encontram-se a contratação cruzada de administradores entre a CP e a Refer.
Em Outubro foram também exonerados “por quebra de confiança” António Rosinha e, a seu pedido, Pires da Fonseca, os dois quadros da CP admitidos pela Refer.”
...
Isto é assim, há décadas, enquanto a nossa indignação cresce... Esta gente não tem pudor, nem dignidade, nem vergonha!

Muitas outras denúncias por aqui passaram, com resultados semelhantes ou piores…

Um dos nossos pesadelos colectivos mais graves é o funcionamento da Justiça.
Também nesse sector nada mudou, a não ser para pior, como acontece sempre que “as crises” não têm as soluções devidas…
Neste sector, podemos citar como exemplo mais gritante dos motivos do nosso desencanto o "Caso da Joana", que desapareceu, duma aldeia algarvia e cujos familiares foram acusados do seu assassinato SEM PROVAS, tendo sido condenados apesar de, obviamente, estarem inocentes.
Neste país é assim: os inocentes vão para a cadeia, à mercê dos caprichos de criminosos, sem escrúpulos, que asctuam de dentro das instituições da justiça, enquanto que os criminosos, comprovados, são postos em liberdade.
Apenas como exemplos ilustrativos, (de criminosos a quem é garantida impunidade e até a liberdade)
citemos o caso do traficante Franklim Lobo;
dos acusados da morte dum agente da PJ;
do facínora que assassinou dois agentes da PSP, na Amadora (de cuja existência e cujo paradeiro eram conhecidos das polícias), para quem o advogado Martins invoca incapacidade psicológica;
e, finalmente mas não menos importante, do facínora que assassinou Nélio Marques, que esteve em prisão domiciliária até há pouco tempo, mas que foi “posto em liberdade”, pelo juiz, perante a indignação, manifesta, dos familiares e amigos da vítima.
Isto a par da prisão preventiva de inocentes, como aconteceu no Processo Casa Pia, e não só, no meio dos episódios e actos mais absurdos e abjectos praticados por “protagonistas” da justiça e outros…
Entretanto, mais um amigo juntou a sua às nossas vozes, com muitos e fortes motivos pessoais para o fazer… resultados?

É um nunca mais acabar de episódios escabrosos, a evidenciar bem que o mau funcionamento da justiça se deve, exclusivamente, “aos protagonistas”, seu despudor e respectiva impunidade… A evidenciar bem que temos razão quando afirmamos que mais de 60% dos processos não existiriam, se os protagonistas da justiça fossem idóneos, dignos.

Da protecção de menores e dos crimes praticados (pela sociedade e com a conivência e cumplicidade da sociedade) sobre crianças, cada vez mais novas, nem vale a pena falar (porque já adiei demais este post)… Também aqui a situação se tem vindo a agravar.

Quanto à situação económica e social, não há necessidade de nos alongarmos, porque todos sabem, todos vêem… não podemos ignorar! Mas também porque não é possível melhorar este estado de coisas sem que os problemas fundamentais, da justiça e do funcionamento do estado e instituições se resolvam.


E agora pergunto: Para 2006, que podemos esperar?

Receio que apenas aquilo que por que formos capazes de lutar, que formos capazes de conquistar, sem tibiezas…