2005/03/10

Ainda os Resultados Eleitorais e a Democracia!

Publicado em 25/02/2005
Volto a este tema porque, a meu ver, não perdeu oportunidade e tem a maior importância para o que pode, ou não, ser o nosso futuro, para a possibilidade de resolução dos nossos problemas.
Publiquei os resultados eleitorais, com as percentagens de votos obtidas por cada partido, correctamente calculadas, como deviam ser publicadas e “aplicadas”.
Hoje vou apenas sublinhar as duas vigarices em que assenta esta, falsa, maioria absoluta do PS.
Primeiro, por obra e graça da exclusão (nazi) dos eleitores que se abstiveram, os 29,3% de votos obtidos pelo PS foram transformados em 45,05%. Não é brincadeira! São 37 deputados que não são eleitos, mas vão ocupar os seus lugares, chulando o país. Eu também queria ter assim uma “actividade”, em que pudesse ver a respectiva “posição” no mercado incrementada em 54,6%, assim sem mais nem menos, sem nada ter que fazer para o merecer.
Mas, como todos sabem, a vigarice não se fica por aqui. Sim porque 45,05% dos votos não é, nem de perto nem de longe, igual a maioria absoluta. Aqui entra a segunda vigarice: o método d´Hondt, que “transforma” estes 45% em 52,6% de deputados.
Portanto, o “incremento” gratuito da “actividade” passa a ser de 79,5%. Grande negócio (de vigarice) que é a política, onde se tem direito a tudo, de graça. Pudera! São eles que decidem isto tudo. Imaginem que, na vossa actividade, podiam fazer leis e regras que vos permitissem, com o mesmo esforço e mérito, auferir mais 79,5% dos vossos "rendimentos ou benefícios" actuais! Era bom não era? Mas não era democracia!
Porque é que as pessoas não têm o direito de saber isto e de ser consultadas sobre o assunto, para se saber se estão de acordo? Porquê? Que raio de “democracia” é esta em que temos de nos conformar com regras que não fizemos e sobre as quais não fomos ouvidos?
Quando isto se alterar, quando houver respeito pela democracia, os nossos problemas poderão começar a ser resolvidos. Antes nunca!
Daqui a meses, quando o governo começar a cometer os crimes do costume, a tentar impor-nos a continuação da degradação da nossa situação social e económica, apenas por causa da sua incompetência, do seu compadrio e tráfico de influências (e por não haver democracia), vai voltar a “vir ao de cima” a situação real de mais de 70% da população estar contra o governo, porque este nunca mereceu, sequer, o seu apoio ou confiança. E assim se repetirão as crises, se perpetuará a instabilidade, sem solução para os nossos problemas.
Apenas mais uma palavra, contra os gastos excessivos e inúteis, dos partidos, para custearem as campanhas eleitorais.
Segundo um dos “inquéritos” “online” do “sapo”, mais de 80% das pessoas não foi influenciada pela campanha eleitoral, na sua opção de voto. Então para quê gastar tanto dinheiro (dar tanto dinheiro aos partidos) em campanha eleitoral? Não há nada mais útil para fazer, com o dinheiro, neste país?
Agora mesmo ouvi uns quantos “tachistas” a pedir aumentos consideráveis dos vencimentos dos ministros. Para quê? Pela sua competência (ou representatividade) não é.
Claro que os “ditos” juntavam à “proposta” (de aumentos para os ministros) uma série de exigências de medidas nazis, pelas suas consequências para o agravamento da nossa situação social. Quem é que mandatou “estes espécimes” para tentarem usar assim o dinheiro do estado, para subornar os (futuros) ministros, a seu favor???
Isto ultrapassa todos os limites do descaramento e da falta de pudor!

2 comentários:

Anónimo disse...

Para uma verdadeira democracia os lugares da abstenção não deveriam ser ocupados e assim se saberia quantos votos corresponderia a cada deportado

Biranta disse...

É isso mesmo, anonymous!

Mas quem foi o mentiroso que disse que "isto" é, ou poretende ser, uma verdadeira democracia?

Essa questão, da valoração da abstenção, é, nos nossos dias, igual à abolição da escravatura.

Tal como, na escravatura, os escravos não eram pessoas, também os abstencionistas "não contam", não são cidadãos; logo: não têm direitos.